Escrito por Família Theia e Coach de Carreira Denise Rendtorff

A Comunicação Não Violenta, ou CNV, é uma metodologia para estruturar ideias e argumentos de maneira que sejam mais empáticos e, com isso, mais eficazes durante uma discussão ou conversa. Dessa forma, é uma ferramenta muito útil para aquelas conversas que sempre temos receio de ter, como explicar para seu gestor ou gestora que você precisa conciliar a vida no trabalho com a vida em família.

Não é nada fácil confrontar ou tocar em assuntos delicados, mas podemos amenizar isso com uma boa preparação e estruturação do conteúdo e da forma da conversa. A necessidade de flexibilidade de horários para poder participar da vida dos seus filhos, por exemplo, pode gerar um mal-entendido se não for muito bem alinhada.

A CNV facilita o processo de identificação de valores comuns entre os interlocutores com ferramentas que trazem:

  1. Observação, ao invés de julgamentos.
  2. Sentimentos, ao invés de opiniões.
  3. Valores/Necessidades, ao invés de estratégias.
  4. Pedidos, ao invés ameaças.

Então já anote aí essas lições para colocar em prática na próxima oportunidade.

1- Observar sem julgar

Essa é bem difícil, mas com a prática vem a perfeição. O truque é focar nos fatos, sem criticar. Quando relatar um ocorrido, evite exageros ou palavras como "sempre", "nunca", "jamais". Por exemplo, ao invés de dizer "Sempre que te peço para ir embora mais cedo para resolver alguma demanda do meu filho, você faz cara feia e me trata diferente”, diga algo como “Eu observei que você ficou incomodada na quinta quando eu pedi para sair mais cedo para resolver um assunto importante com o meu filho”.

2- Nomear os sentimentos

Apesar de os outros não poderem se responsabilizar pelos nossos sentimentos, é importante nomear como as situações fazem você se sentir. Por exemplo: “Eu me sinto insegura quando percebo o seu incômodo ao sair mais cedo”. Isso ajuda a criar empatia e faz as pessoas entenderem melhor o seu lado.

3. Identificar e expressar necessidades/valores

Aqui temos que dar um passo atrás para entender as necessidades que estão por trás do nosso comportamento. Por exemplo “Gostaria de me sentir segura e valorizada pelo meu trabalho independente de precisar de horários mais flexíveis.  Ao mesmo tempo que continuo 100% engajada com a empresa e com a minha entrega, é muito importante para mim participar de eventos na escola do meu filho”. Nessa hora é importante buscar entender a necessidade da outra pessoa e o que a levou a agir assim.

4. Formular pedidos claros e viáveis

A última lição de hoje é aprender a fazer pedidos para os outros. Depois de identificar nossa necessidade, podemos identificar o que a pessoa pode fazer para atendê-la, e pedir isso. Também pode ser bom recapitular, perguntar ao outro se o entendimento que ele fez do que você pediu foi realmente o que você pediu. Por exemplo “Gostaria do seu voto de confiança para te mostrar que essa flexibilidade de horário não vai afetar o meu desempenho, e que só irei te pedir para sair mais cedo quando for importante para mim.”

Que tal? Vamos contar com essa ajudinha extra da CNV?

P.S.: Se quiser saber mais sobre CNV, recomendamos o livro Comunicação Não Violenta - Técnicas Para Aprimorar Relacionamentos Pessoais e Profissionais de Marshall B.Rosenberg