Escrito por Família Theia e Michele Melão (consultora de sono)

Os bebês sempre nos surpreendem, cada dia é uma novidade, uma surpresa. E quando essas surpresas acontecem no sono? Seu filho dorme bem e de repente tudo desanda. Pois é, isso acontece mesmo!

As crianças que têm alguma dificuldade com o sono geralmente não foram bebês dorminhocos. Sempre tiveram o sono leve, sensibilidade às mudanças de rotina, dificuldade para adormecer e dormem menos do que a maioria da mesma idade. Por isso, alguns pais estão mais preparados por causa da personalidade da criança desde quando era um bebê.

Entretanto alterações no sono podem acontecer até com crianças que dormem muito bem. Quer saber por quê? Separamos a seguir uma lista de motivos para ajudar você a compreender o motivo dessas alterações.

Regressões de sono: ocorre quando o bebê ou a criança que dormia bem começa a acordar à noite. Isso acontece porque o bebê está crescendo, se desenvolvendo, adquirindo novos hábitos, mudando o padrão dos cochilos. Ocorre geralmente aos 4, 8, 12, 18 e 24 meses.  A dica durante estas semanas é fazer o possível para não criar hábitos que a criança não tem (como ninar, por exemplo) para que, depois de 2 ou 3 semanas, o sono volte ao “normal”.

Dentição: o incômodo pode começar até 2 meses antes dos dentinhos rasgarem a gengiva, e, apesar de algumas crianças nem sentirem o nascimento dos dentes, muitas sofrem nesse momento. Geralmente afeta principalmente a entrada no sono. Como a criança coloca as mãos ou chupeta na boquinha para se acalmarem para dormir, a dor na gengiva pode atrapalhar bastante esse processo. O foco é aliviar os sintomas, através da orientação do pediatra. Lembrando que colo, leite e ninar não resolvem dor de dente.

Picos de desenvolvimento: acontecem por causa das muitas coisas que os bebês aprendem, o que pode fazer com que eles queiram praticar esses aprendizados também de madrugada. A dica é deixar que seu filho pratique muito as novas habilidades durante o dia e, se acordar de noite, não interfira, deixe que ele brinque e volte a dormir.

Transição de soneca: o bebê cresce e sua necessidade de sono diurno diminui. É importante observar essa necessidade, para que ele não comece a dormir demais de dia, compensando com um sono ruim de noite. As transições acontecem geralmente aos 4-6 meses (quando o bebê passa a fazer três cochilos por dia), aos 7-9 meses (quando passa a fazer dois cochilos) e entre 14 e 18 meses (quando dorme só uma vez por dia).

Doença: se seu filho não está bem de saúde, o sono será afetado e é muito comum que os pais considerem a opção da cama compartilhada. A dica nesse caso é não criar hábitos novos, que você não quer que ele mantenha depois. Foque no alívio dos sintomas, conforme orientação médica.

Quebras de rotina ou mudanças na vida da criança: mudar de casa, viajar, chegada de um irmão, início na escola ou transição do berço para a caminha podem ser mudanças grandes na rotina do bebê e isso pode prejudicar o sono dele. Nesse período, podem acontecer pesadelos, agito maior na hora de adormecer, a criança pode se sentir insegura e precisar mais dos pais.  O desafio dos pais é acolher o filho em relação a demanda emocional do momento, porém sem alterar os hábitos de sono. Se for necessário fazer alguma alteração, o foco deve ser dado sempre estimulando a autonomia do sono.

Geralmente uma adaptação a novos hábitos demora de 3 a 4 semanas.

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