Por Família Theia e Dr. Julio Caio Côrte Leal Filho (pediatra)

A chupeta costuma ser uma grande amiga das crianças – e também dos pais –, pois cumpre o importante papel de ajudar a saciar a necessidade de sucção que os pequenos têm.

É justamente por ser um porto seguro para muitas famílias, que não é nada fácil pensar em quando esse vínculo terá de chegar ao fim.

Adoraríamos poder falar que a transição acontece de forma absolutamente tranquila, mas não é sempre assim. Como toda perda, ter de largar a chupeta pode ser doloroso para algumas crianças.

A boa notícia é que todo mundo consegue superar, ainda mais se a retirada acontecer de forma gradual e respeitar o momento do seu filho e de toda a família.

Se ele acaba de entrar na escolinha, por exemplo, ou se um irmãozinho chegou à sua vida, talvez não seja a melhor hora de iniciar a retirada.

Antes de mostrar outras dicas para ajudar nesta fase marcante, vamos contar qual a idade recomendada para iniciar a transição e por que o processo não deve ser deixado para depois.

O melhor momento

A recomendação é retirar a chupeta até os 2 anos de idade, fase em que já passou a necessidade de sucção.

Se for possível, no entanto, antecipar o processo é uma ótima ideia. Tudo porque o vínculo de amor pela chupeta fica cada vez maior quando o tempo passa e a retirada cada vez mais difícil. Por esse motivo nossa recomendação é que a chupeta seja retirada antes de um ano de vida.

Outro motivo determinante é que o uso prolongado pode interferir na dentição do seu filho. Mesmo que o modelo seja ortodôntico, a chupeta pode estar associada à má oclusão da dentição primária (dentes de leite) e da dentição mista (quando começam a surgir os dentes permanentes).

A consequência direta nesses casos é o futuro uso de aparelhos ortodônticos para corrigir a dentição.

E se você é mãe ou pai de um recém-nascido, é essencial saber que o uso da chupeta deve ser desencorajado enquanto o aleitamento materno não estiver muito bem-estabelecido. Essa é uma recomendação da Academia Americana de Pediatria, pois o aleitamento pode ser prejudicado nesse início.

Como ajudar seu filho a deixar a chupeta de lado?

Conhecer muito bem a rotina de criança é essencial para fazer uma retirada gradual e bem-sucedida. Saiba o que pode ajudar:

  • Iniciar a retirada quando seu filho tiver menos de um ano, tornará o processo muito mais fácil.
  • Deve-se criar distrações para usar nos momentos em que a criança costuma usar a chupeta. Por exemplo: quando ela está com soninho.
  • Um ponto muito importante para a evolução do processo é não voltar atrás. E isso mesmo em situações de choro – o que é, com toda razão, motivo de angústia para muitos pais. Por mais difícil que seja, se a criança perceber que há espaço para negociação, será muito mais difícil que ela deixe a chupeta de lado.
  • Outra dica que pode ser considerada é a de furar a chupeta. Mas vale saber que isso não funciona para todas as crianças: algumas realmente perdem o interesse, mas outras seguem apegadas. Não custa tentar.
  • Sua família comemora o Natal? Muitos pais aproveitam a ludicidade dessa época para fazer a troca com o Papai Noel. Aqui existe o debate de usar a recompensa como forma troca, o que não seria a melhor forma de efetivamente ensinar. Mas muitos relatam que, dessa forma, conseguiram fazer seus filhos deixarem a chupeta. É uma decisão de cada família. Dica: se a criança entregar a chupeta porque quis o brinquedo, não poderá voltar atrás. Do contrário, ela aprende que combinados podem ser desfeitos e isso ficará para o futuro.