Escrito por Família Theia e Dra Liliana Teixeira (ginecologista e obstetra)

Ganhar é peso é um processo normal da gravidez, mas como tudo que diz respeito à saúde de uma grávida, deve ser acompanhado de perto.

Ele pode ser uma maneira de monitorar o crescimento do bebê e também pode servir de alerta para risco de complicações na gestação, como o diabetes e pressão alta. O ganho de peso também é um marcador indireto do inchaço materno, sinal que precisa ser monitorizado em todas as consultas de pré-natal por poder estar associado a complicações como a doença hipertensiva da gestação. O peso é avaliado em cada consulta, sendo comparado o ganho semanal e seu valor absoluto.

Tudo começa com uma avaliação logo no início do acompanhamento pré-natal. É calculado o IMC da futura mãe e ele serve como base. De semana em semana é avaliado o quanto ele variou.

O  Índice de Massa Corpórea (IMC) pré-gestacional e o ganho de peso durante a gestação podem influenciar nos desfechos materno-fetais. Mulheres obesas têm maior risco de desenvolver diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, por exemplo; e as com baixo peso têm maior chance de terem bebês com restrição de crescimento (peso do bebê abaixo do esperado). Portanto, é importante uma correta avaliação desde a consulta pré-concepcional, pois quanto mais adequado o IMC e o ganho de peso, menor a chance de complicações.

Em média o ganho de peso em uma gestação normal é de 12,5kg, sendo que o feto mais placenta, líquido amniótico, aumento uterino e das mamas representam aproximadamente 9kg e o restante é composto de tecido gorduroso materno.

Essa recomendação de ganho de peso porém varia de acordo com o estado nutricional inicial de cada mulher.

Ganho de Peso Ideal

A fase de maior ganho de peso são o segundo e terceiro trimestre, com uma média de 400g. É importante revisar hábitos alimentares e investigar mais a fundo no caso de  um aumento mensal menor que 1kg ou maior que 3kg.

Portanto, o peso deve ser avaliado em toda consulta desde o início do pré-natal. Uma dieta adequada e atividade física regular devem ser estimuladas, se não houverem contra-indicações obstétricas.

Ganho de peso excessivo está associado ao aumento do risco de macrossomia (peso do bebê maior do que 4 kg) e a um bebê grande para idade gestacional, o que pode ocasionar alterações metabólicas permanentes no bebê, levando a sobrepeso ou obesidade e até desenvolvimento de doenças como hipertensão e diabetes na infância e vida adulta. Além disso, também está associado ao aumento de risco da grávida desenvolver diabetes gestacional e pré-eclâmpsia (aumento de pressão relacionado à gravidez), assim como dificuldade na perda de peso após o parto e eventual obesidade.