Escrito por Família Theia e Aline Hessel (psicóloga e educadora parental)

Diante do cenário em que estamos vivendo de pandemia e isolamento social, estudos apontam que 1/3 à 1/2 da população teve, tem ou terá alguma doença mental decorrente deste momento, a curto, médio ou longo prazo (Fiocruz, 2020). Sabe-se do comprometimento que a saúde mental pode desempenhar no dia a dia das pessoas, interferindo nas suas relações pessoais, no seu emocional e até mesmo em seu desempenho profissional. Atualmente, o Brasil é o país que tem a maior taxa de transtornos de ansiedade do mundo, sendo este uma das principais causas de afastamento laboral (OMS, 2017).

Um ambiente como o que estamos vivendo de incertezas sanitárias, econômicas e sociais, é um prato cheio para diferentes manifestações da ansiedade. Essas manifestações podem ser diretas como coração acelerado, respiração ofegante, falta de ar, agitação, dificuldade de concentração, crises de ansiedade ou pânico, ou indiretas (somáticas) como gastrites, dermatites, queda de cabelo, enxaqueca, etc. A preocupação se torna um sentimento constante, mesmo em momentos de aparente tranquilidade. A pessoa tende a antecipar situações futuras com possíveis consequências negativas, gerando um estado de constante tensão e sofrimento.

Sendo assim, é importante cada pessoa ter ciência, não apenas de que é esperado nesse momento sofrer consequências emocionais negativas, mas principalmente o que pode ser feito para amenizar esses impactos, ou mesmo qual o momento de pedir ajuda. A seguir algumas orientações sobre estratégias para lidar com a ansiedade e cuidados com a saúde mental durante e após o isolamento social.

  • Fique atento a mudanças de humor, falta de vontade para atividades comuns ou auto cuidado. Notando alguma alteração, converse com o seu gestor ou alguém da sua confiança;
  • Faça uma avaliação médica e nutricional assim que possível;
  • Estabeleça rotina para incluir atividade física e alimentação saudável;
  • Evite consumo de álcool e drogas;
  • Diminua o excesso de exposição a notícias negativas e tenha a sua válvula de escape diária (que pode ser assistir programas de entretenimento, horário de brincadeira com os filhos, leitura de livros, jogos e outros);
  • Se sentir qualquer sintoma, procure um acompanhamento psicológico;
  • Saia ao ar livre e tome sol (20 minutos de sol por dia auxiliam na saúde);
  • Mantenha contato com amigos e familiares. Marque encontros virtuais;
  • Converse com pessoas próximas ou profissionais sobre seus sentimentos e pensamentos;
  • Faça atividades prazerosas e busque pensamentos positivos;
  • Caso tenha qualquer pensamento suicida, converse com alguém e peça ajuda.