Escrito por Família Theia e Laís Hess (nutricionista)

A vida corrida de muitas famílias faz com que mães e pais busquem formas práticas de garantir uma alimentação balanceada e saudável para seus filhos.

Além de incluir o bebê na rotina de alimentação da casa, um dos principais meios de se fazer isso é aprender a refrigerar e congelar alimentos do jeito certo.

Preparamos algumas dicas para ajudar você nesse assunto, passando por todas as etapas: da organização à conservação dos alimentos. Vamos lá?

Como organizar a alimentação da família

A partir dos 6 meses de vida, os bebês já podem receber as refeições da família de forma adaptada.

É uma ótima notícia, pois isso facilita não só a escolha dos alimentos, mas também evita retrabalho na hora de prepará-los. Em outras palavras, é possível organizar a alimentação da família toda de uma só vez!

A praticidade, no entanto, só é possível quando se privilegia refeições preparadas com alimentos in natura (obtidos diretamente da natureza) e minimamente processados (quase sem alterações como lavagem, moagem e empacotamento).

Também é importante ficar de olho em algumas recomendações para a fase de introdução alimentar, no primeiro ano de vida. Entre elas, bebês e crianças pequenas não devem consumir:

  • Alimentos preparados com temperos e molhos industrializados;
  • Açucar (de preferência até os dois anos de vida);
  • Adição de sal;
  • Frituras e alimentos industrializados em geral.

Para facilitar a escolha dos alimentos, a dica é que você prepare um cardápio prévio e, a partir dele, faça uma lista de compras para a semana. Nessa lista devem entrar frutas, verduras e legumes da época, alimentos que são encontrados com mais facilidade e têm menor custo e menor teor de agrotóxicos.

A variedade também é essencial. Escolher alimentos de diferentes cores garantirá uma melhor oferta de nutrientes para seu filho.

A conservação dos alimentos

Quem encara a dupla rotina de criar um ou mais filhos e trabalhar fora sabe muito bem como a correria do dia a dia, muitas vezes, dificulta a oferta de alimentos frescos.

É por isso que a possibilidade refrigerar e congelar a comida da família se transformou em um aliado essencial para garantir mais praticidade na horas das refeições.

E se a conservação dos alimentos for feita da forma adequada, é possível minimizar as perdas de nutrientes e também assegurar a qualidade microbiológica dos preparos.

Como fazer isso? Vamos às dicas!

Do fogão direto para a geladeira

A primeira regra de ouro é respeitar o prazo de validade dos alimentos. Isso significa que após o preparo, você deverá guardar o alimento um recipiente com tampa e levá-lo imediatamente para refrigeração ou congelamento.

Manter os alimentos em temperatura ambiente é um risco do ponto de vista microbiológico, pois nessas situações a comida atinge a temperatura ideal para a proliferação bacteriana.

E por quanto tempo os alimentos já preparados podem ficar armazenados?

  • No refrigerador: até 3 dias;
  • No congelador (geladeira de uma porta): até 10 dias;
  • No freezer (geladeira duas portas): até 30 dias.

Dá para armazenar o leite materno?

Já que estamos falando na conservação de alimentos para bebês e crianças, não podemos esquecer do alimento mais completo de todos, o leite materno.

Seu armazenamento pode ser muito importante em ocasiões de ausência materna ou na impossibilidade da oferta do seio materno.

Neste caso, é importante considerar:

  • O armazenamento deve ocorrer em recipientes de vidro com a tampa de rosca de plástico previamente esterilizados;
  • Após a extração, o leite materno deve ser imediatamente levado para refrigeração ou congelamento. Além de não poder ficar sob temperatura ambiente, caso a intenção seja congelá-lo, não o deixe antes sob refrigeração.

A validade do leite humano extraído é de 12 horas sob refrigeração em geladeira e 15 dias sob congelamento.

Para descongelar e só aquecer por meio de banho-maria.

A importância de usar recipientes sem BPA

Quem costuma armazenar comida, não pode deixar de pensar sobre o chamado BPA. Caso ainda não tenha ouvido falar dessa substância química, saiba que o Bisfenol A (BPA) é usado na fabricação de resina epóxi e de plásticos policarbonatos.

Entre muitos outros produtos que temos em casa, os policarbonatos se transformam em utensílios de cozinhas e recipientes plásticos.

O problema é que alguns estudos têm relacionado a exposição a essa substância a problemas hormonais, cardíacos e câncer.

Vale saber, ainda, que o BPA pode entrar em contato com a vida humana desde a vida intra uterina, podendo trazer repercussões à saúde. É por isso que o uso de recipientes e embalagens com bisfenol A deve ser evitado por todo mundo, especialmente as gestantes e crianças.

Na hora de armazenar bebidas e alimentos, a dica é escolher recipientes de vidro ou de plástico livre de bisfenol (BPA free).

Mas se não tiver jeito e você precisar usar opções que não sabe se são BPA free, evite esquentar, refrigerar ou congelar o recipiente. Tudo isso porque a substância química é liberada ainda em maior quantidade quando submetida a variações de temperatura.