Escrito por Família Theia e Manuela Calumby (coach de carreira)

Como o gestor pode apoiar e se preparar para a licença maternidade de uma funcionária? Ao se deparar com o aviso da gravidez de uma funcionária, apesar de parecer que você irá “perder” uma pessoa importante na sua equipe, nada de pânico, ansiedade ou frustração! Tudo passa por uma boa dose de empatia, planejamento, organização e parceria para que todos garantam equilíbrio e tranquilidade ao longo do processo de licença maternidade e, até mesmo, para o retorno do profissional.

Procure a área de RH, outras áreas de apoio ou profissionais que possam compartilhar com você as boas práticas da empresa com relação à licença maternidade. Esteja atento às questões de legislação e, também, à cultura da sua empresa, os benefícios que ela tem para esse período e tenha empatia para lidar com a pessoa nesse momento. Isso significa colocar-se no lugar do outro e lembrar que a maternidade levanta uma série de sentimentos, incluindo ansiedade, insegurança e até mesmo culpa. Estar consciente desses sentimentos e se preparar para lidar com eles, também ajudará a manter o equilíbrio da relação e do clima da área, como também, traçar um bom plano de trabalho.

Algumas dicas para ajudá-lo(a) a se preparar para a licença maternidade da sua funcionária:

  1. Inicie com o planejamento da área e monte um plano de ação

Começar pela preparação da área pode ser uma boa estratégia. As pessoas confiam nos gestores para trazer foco e direcionamento. Então reveja os objetivos e metas da área e dos profissionais individualmente. Analise os resultados já alcançados e defina o plano de ação para esse momento. Envolva e engaje a profissional que entrará de licença nesse processo, compartilhando e alinhando também as expectativas de ambos. Quanto mais conscientes todos estiverem do plano de ação, estratégias e metas, mais sólida será a sua base para garantir um bom resultado. Provavelmente, você já utiliza algum tipo de recurso para acompanhar seus resultados, mas poderá também definir um cronograma ou fluxograma com prazos, atividades e responsáveis, para que a pessoa possa ver onde está e onde poderá encontrar / solicitar apoio. Mantenha uma comunicação aberta e clara também com toda a equipe e certifique-se de acompanhar e ajustar o que for necessário ao longo da execução.

Esse planejamento, também auxilia a lidar com os imprevistos da gravidez. É importante lembrar que geralmente a gravidez é tranquila, mas em alguns casos, o repouso, começa antes do esperado. Então, a dose de parceria atrelada ao planejamento, também ajuda a trazer tranquilidade e leveza ao dia a dia. Esteja consciente da importância desse momento para as pessoas e quanto mais apoio ela sentir do gestor, mais fácil e positiva será a transição. Com tudo transcorrendo bem, um pouco antes do início da licença, o que pode ser 1 ou 2 meses antes, por mais energia e comprometimento que a profissional tenha, sinais de cansaço podem aparecer e podem ser confundidos com desmotivação. Verifique se ela precisa de alguma flexibilização e/ou apoio para gerenciar prazos e entregas.

2. Reveja e defina as estratégias para o retorno

Mesmo parecendo muito distante, é preciso pensar a médio/longo prazo, chegando até ao momento de como será o retorno da licença. E, um pouco antes do retorno da profissional, você poderá contatá-la e apresentar como está o cenário, a área e a empresa. Com isso, (re)alinhar expectativas, papéis, responsabilidades e traçar o novo plano de trabalho. É valido lembrar que, geralmente, o último mês de licença é percebido pelas mães como uma experiência repleta de dúvidas e sentimentos conflitantes. Procure dar apoio e valorizar o que ela construiu até aqui, pois será desafiador lidar com esse novo momento e, caso seja possível, dar um pouco de flexibilidade logo após o retorno. Flexibilidade em termos de horários de entradas e saídas, home office, almoço estendido, entre outros. Certifique-se que esses critérios são de fato políticas da empresa e poderão ser adotados e que estão dentro das regras de legislação em vigor.

3. Garanta uma boa recepção no retorno da funcionária

Um novo “onboarding” talvez faça a volta ser menos “dolorida”. Seja consciente de que agora será necessário para essa pessoa equilibrar as tarefas do trabalho com a vida pessoal e, com mais uma prioridade, a criança. Talvez seja importante identificar os principais gatilhos dessa pessoa e ajudar a resgatar a motivação e comprometimento com o trabalho. Garanta novamente uma comunicação aberta e transparente, não deixe assuntos subtendidos. Converse com a equipe, auxilie-os a entender o movimento de licença e retorno e como lidar com alguns sentimentos/ atitudes novas da colaboradora para serem receptivos.

A depender da empresa, contar com alguns benefícios, como espaços de amamentação, berçário e/ou auxilio creche, entre outros, facilitam a adaptação e retomada das atividades.  Mas caso a sua empresa não tenha benefícios como esses, procure evitar estresse ou ansiedades desnecessárias de ambos os lados. Atualmente, com os recursos tecnológicos que temos, também é possível nesses processos, adotar iniciativas que funcionem para a empresa, área e funcionário a fim de trazer os melhores resultados para todos os envolvidos. Além disso, pesquise, busque informações e trabalhos já realizados por outras empresas, e veja o que seria possível tentar adotar ou adaptar para o seu contexto. Busque sempre que necessário, as áreas de apoio como, por exemplo, o RH da empresa, para se manter alinhado aos valores e cultura da organização.