Escrito por Família Theia e Aline Hessel (Psicóloga e Educadora Parental)

A morte de alguém próximo costuma gerar uma série de sentimentos e dúvidas tanto nas pessoas que passam pelo luto, como em quem está próximo e não sabe muito bem como expressar solidariedade.

É importante esclarecer às pessoas que a perda de um filho, seja no início de uma gestação ou mesmo depois de nascido, gera um sofrimento intenso aos pais. O desejo de um filho nasce, para muitas pessoas, antes mesmo do resultado positivo. Existem sonhos, expectativas, muitas vezes deposita-se o sentimento de completude e felicidade nessa experiência. Portanto, dificilmente podemos mensurar o tamanho dessa dor ou comparar em que momento (da perda na gestação ou de uma criança) será permitido ou aceito esse sofrimento. Ou seja, tanto faz se a perda ocorreu no início da gestação ou quando já nascido, o sentimento nessa experiência é de luto.

O luto é um processo doloroso, porém necessário e saudável. Sendo que sua manifestação e duração depende de cada pessoa. Não existem regras para isso e aí já temos uma primeira orientação para quem está próximo: respeitar o tempo e a maneira como a pessoa está lidando com a perda.

Outro ponto é que afirmar que poderão ter outro filho, ou mesmo ignorar o ocorrido, tende a aumentar a dor de quem está passando por isso. Falar sobre a perda e demonstrar empatia sobre a dor que estão passando pode ser um caminho para o acolhimento. Não pensem que por falar no assunto e os pais chorarem é algo ruim, esse é um processo necessário e saber que outras pessoas são solidárias à sua dor terá um grande significado. Ajudar com as obrigações do dia a dia também é uma excelente contribuição. Fazer uma compra, lavar a louça, fazer a comida ou um bolo podem ser atitudes que aquecem o coração.

O acompanhamento de um psicólogo pode contribuir muito com esse processo, atenuando possíveis interpretações nocivas e até mesmo a dor. Uma intervenção mais direcionada se faz necessária apenas quando a pessoa está em risco de fazer mal a si própria ou a outras pessoas.