Escrito por Família Theia e Graziela Verdade (consultora de amamentação)

Que o leite materno é o melhor alimento para seu bebê, isso já é comprovado cientificamente. Ele se modifica a cada mamada, acompanhando as necessidades do seu bebê, tanto nutricionais como imunológicas. Atualmente, já existem inúmeros estudos mostrando os benefícios, não somente do leite materno, mas de todo o processo da amamentação. No bebê, evita infecções respiratórias, diarreia, alergias, ajuda no desenvolvimento da cavidade oral, tem efeito positivo no desenvolvimento intelectual, além de diminuir o risco de doenças na vida adulta, como diabetes, hipertensão e obesidade. Na mãe, previne hemorragia, anemia e depressão pós parto; ajuda a perder peso, protege contra diabetes tipo 2 e alguns tipos de câncer, como o de mama, por exemplo. A tendência da família é ter uma qualidade de vida melhor, pois fortalece o vínculo entre a mãe e o bebê, exige um menor gasto financeiro e menos estresse com doenças.

A orientação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a mulher amamente seu filho, somente com leite materno, até 6 meses de vida e, com alimentação complementar, até 2 anos ou mais. Segundo a OMS e UNICEF, cerca de seis milhões de crianças são salvas a cada ano com o aumento das taxas da amamentação exclusiva até o sexto mês de vida. No Brasil, apenas quatro em cada dez crianças são amamentadas exclusivamente até essa fase.

Mas se já é comprovado que o aleitamento materno traz tantas vantagens, por que essas taxas são tão baixas?

Porque o sucesso da amamentação depende de muitos fatores. Amamentar pode não ser fácil, ao contrário do que as pessoas imaginam, é algo a ser aprendido. É um momento cheio de dúvidas, insegurança, por vezes associados ainda a incômodos físicos; nem sempre nos sentimos acolhidas e com força para seguirmos em frente. Entre as principais dificuldades para a amamentação, está o posicionamento do bebê ao seio, podendo levar a dor e fissuras mamárias quando a pega do bebê não está correta, além disso a insegurança quanto à quantidade de leite produzido, a introdução de chupetas e mamadeiras, a falta de apoio familiar e a volta ao trabalho.

Para facilitar todo o processo, além do desejo da mulher em amamentar, é fundamental buscar informação atualizada e ter uma rede de apoio (profissionais da saúde, família, amigos, colegas de trabalho...). Todos os membros da família são importantes nesse processo, tanto para ajudar no momento da amamentação, mas também ao dividir a responsabilidade de outros cuidados necessários.

O sucesso do aleitamento, muitas vezes, depende de pequenos detalhes, como uma palavra de incentivo, ajuda com a casa, orientações de posicionamento e pega adequada, entre outras. Se tiver com dúvidas ou sentindo dor ao amamentar, se sente que algo não está indo bem, procure ajuda profissional. Você não está sozinha.