Escrito por Família Theia e Sandra Quero (psicóloga e educadora parental)
A ideação suicida pode surgir na idade escolar e na adolescência, mas as tentativas, são raras em crianças pequenas. Tentativas de suicídio consumado aumentam com a idade, tornando-se comuns durante a adolescência.
Crianças se suicidam com fatores desencadeantes: discussão com os pais, problemas escolares, perda de entes queridos e mudanças significativas na família.
Até os 6 a 7 anos a criança encontra-se na fase do pensamento pré-lógico, com predomínio do pensamento mágico, com dificuldade de simbolizar e conceituar o que lhe chega sob forma de percepção.
O pensamento mágico vai sendo substituído pelo raciocínio lógico e a morte para de ser vista como processo reversível e torna-se uma ideia de processo de deterioração do corpo irreversível; sem preocupação, porém com o que virá após a morte.
Aos 11 a 12 anos, há passagem do pensamento concreto para o pensamento abstrato, Estágio das Operações Formais. Nesta etapa surge a preocupação com a vida após a morte. Eles entram no mundo através de profundas alterações no seu corpo, deixando para trás a infância e é lançado num mundo desconhecido de novas relações com os pais, com o grupo de iguais e com o mundo.
O jovem que considera o suicídio como uma solução para seus problemas deve ser observado de perto, principalmente se estiver se sentindo só e desesperado, sofrendo a pressão de estressores ambientais, insinuando que é um fardo para os demais. Pode chegar a dizer que a sua morte seria um alívio para todos.
Fique atento aos sinais!
Mudanças na vida da criança, como a separação dos pais, a chegada de um irmão mais novo e a mudança de escola podem desencadear alterações de comportamento. Caso apenas o suporte da família não seja suficiente para que o pequeno enfrente este momento, é hora de procurar a ajuda de um profissional. O acompanhamento de um psicólogo infantil colabora para que as crianças consigam lidar melhor com seus sentimentos, seja raiva, medo, ciúme, insegurança ou ansiedade.
Para ajudar você a perceber se é preciso procurar um acompanhamento profissional, observe alguns sinais de que o seu filho precisa de um psicólogo:
- Alteração brusca ou exagerada de comportamento;
- Comportamentos agressivos;
- Muita agitação, inquietude ou dificuldade em manter a atenção;
- Problemas escolares;
- Regressão de alguma fase do desenvolvimento;
- Saúde prejudicada, principalmente quando não há uma causa biológica.
A participação dos pais nesse processo é fundamental, pois o trabalho realizado pelo profissional (que pode ser o pediatra, psiquiatra, neurologista ou psicólogo) depende muito do envolvimento ativo da família no tratamento da criança. É importante que os pais conheçam os filhos, os observando em casa, para que possam contribuir com o trabalho do terapeuta.