Escrito por Equipe Theia e Patricia Piason

Às vezes os recém-nascidos e bebês que mamam não conseguem sugar bem o peito e extrair todo o leite que necessitam. Nesses casos, é possível usar um sistema de nutrição suplementar, que é chamado de translactação.

Como funciona: um recipiente é conectado a uma sonda, que tem sua extremidade posicionada no mamilo. Dentro do recipiente é colocado o leite materno ou fórmula prescrita pelo pediatra. Esse sistema de alimentação pode ser montado com uma sonda conectada em uma seringa, por exemplo. Ao sugar, a criança recebe o leite do recipiente. Dessa maneira o bebê continua a estimular a mama e sente-se gratificado ao sugar o seio da mãe e ser saciado.

Isso também pode ajudar a restabelecer a lactação após semanas ou meses de desmame e para iniciar a lactação em mulheres que adotam um bebê.

O método da Sucção do Dedo:

Ele também é conhecido pelo nome em inglês “finger feeding” e é uma técnica para os casos em que os recém-nascidos mostrem dificuldade em pegar. Esse método utiliza uma sonda número 4 acoplada a uma seringa (sem a parte do êmbolo) com leite materno. E a extremidade proximal deve ser adaptada ao dedo mínimo da mãe ou de profissional habilitado. É importante ter cuidado com a altura da seringa para controlar quanto leite é dado para o bebê, evitando dar mais do que ele consegue engolir e provocando que ele se engasgue. Essa técnica tem a vantagem de evitar a introdução de um bico artificial ou uma mamadeira que interfere com o processo da amamentação.

O que você deve saber antes de usar leite artificial:

É recomendado que o bebê só mame no peito nos primeiros 6 meses de vida. Depois podem ser introduzidos outros alimentos, mas ainda assim o aleitamento deve ser mantido por 2 anos ou mais. A menos que haja indicação médica, nenhuma suplementação alimentar deve ser dada para crianças que são amamentadas.

Se a suplementação for considerada necessária, o melhor é dar ao bebê o leite materno ordenhado. Se o bebê precisar de leite materno ou fórmula, o ideal é que os pais usem formas complementares de amamentação como: colher, conta-gotas, copinho ou seringa.

No caso dos pais optarem por usar mamadeiras, é recomendado um bico com fluxo lento para evitar engasgos. É importante orientar sobre a esterilização de todos os componentes da mamadeira e o preparo da fórmula láctea com água mineral ou filtrada fervente. Você pode utilizar metade do volume de água fervente para diluir o pó, e completar o restante do volume com água mineral fria. A água fervente é importante porque pode ter presença de bactérias em fórmulas infantis, e isso pode até causar uma infecção em um recém nascido.

A mamadeira pode ser oferecida em temperatura ambiente ou ligeiramente aquecida em banho-maria (é importante fazer isso com o fogo desligado). Não deve ser aquecida em micro-ondas porque o aquecimento não é uniforme e há risco de queimadura. Antes de oferecer a mamadeira teste a temperatura do leite.

As crianças devem ser seguradas no colo, próximas ao corpo quando for ser alimentada com a fórmula. Os pais devem sentar confortavelmente, segurando o bebê em uma posição semiereta. É importante apoiar bem a cabeça e manter o corpo alinhado.

A mamadeira deve ser segurada de modo que o fluido encha o bico. Não deixe entrar ar no interior bico. Se a criança adormecer, retire a mamadeira. Isso costuma indicar que o bebê está saciado. O leite que sobrou no interior da mamadeira deve ser jogado fora. É importante não deixar o bebê mamar sozinho com a mamadeira apoiada pelo risco de engasgo e sufocação.

A maioria dos bebês engole ar quando alimentado com uma mamadeira e podem precisar ser colocados para arrotar ao longo da refeição. Coloque-o em uma posição elevada e faça massagem suave nas costas.

Lembre que a hora da alimentação é uma uma oportunidade de criar vínculo e passar um momento agradável de conexão. Toque o bebê, fale com ele, cante, ou até leia. Aproveite o momento.