Escrito por Família Theia e Sandra Quero (psicóloga e educadora parental)
Na confusão do dia a dia, com muitas coisas para fazer, com a preocupação do trabalho, as atividades da casa e a preocupação constante com a educação dos filhos, muitas vezes, acabamos fazendo as coisas por nossos filhos. Nem sempre dá tempo de deixá-los colocar a própria roupa, pois estamos atrasados. Amarrar o sapato, então, nem pensar!
E assim, aos poucos, vamos “roubando” os espaços que a criança poderia ocupar no dia a dia. Ao fazermos as coisas pela criança, criamos uma barreira protetora, ou melhor dizendo, começamos a superproteger nossos filhos.
Você sabe a diferença entre proteção e superproteção?
Proteção é algo necessário. Assim como todos os demais animais, nascemos precisando de cuidado parental para sobreviver, é instintivo. Alimentar, cuidar da higiene e da segurança evitando acidentes faz parte do cuidado parental. É a proteção, o cuidado e o amor que garantem o desenvolvimento saudável.
Seu filho te vê cozinhando e pede para ajudar. Se você o acolhe e diz: “que bacana, uma ajuda é bem-vinda”. Você para e observa o que está fazendo e escolhe algo seguro para delegar a ele. E o acompanha nesse trabalho, estando do lado para apoiar se ele te pedir. Deixando que ele faça e contribua. Porém, sempre sob o olhar cuidadoso de um adulto ao lado. Isso é PROTEÇÃO.
Mas, se seu filho se oferece para ajudar na cozinha e você, de forma impulsiva, fala a ele que não pode ajudar, pois a cozinha é um lugar muito perigoso, que não é seguro para ele, e que esse é um trabalho para adultos, você está limitando tanto o desenvolvimento físico (motricidade fina) quanto o psíquico da criança. Na busca por proteger o filho, o pai e a mãe acabam exagerando, não dando oportunidade para o desenvolvimento de habilidades e autonomia da criança. Esse é um exemplo de SUPERPROTEÇÃO.
Essa confusão entre proteger e superproteger é mais comum do que se imagina nos dias de hoje. Estar disponível para ajudar seu filho é totalmente diferente de ficar seguindo seu filho e o protegendo de tudo e de todos. Essa atitude impede que a criança desenvolva sua individualidade e auto percepção do que é capaz de realizar. Agindo assim, a criança acaba sendo privada e tolhida de experimentar o mundo tendendo se tornar uma pessoa insegura no futuro. Isso é o oposto do que os pais e mães querem.
Observe se você está, de alguma forma, limitando demais seu filho, não o deixando explorar o mundo a sua volta. Verifique se está dizendo muitos nãos:
- Não faça isso, você vai se machucar!
- Não suba aí, você pode cair!
- Pode parar, isso não é coisa de criança!
Muitas vezes, o quadro de insegurança está em seus pensamentos e não na situação real. Em vez de impedir, busque apoiar a criança. Assim como no exemplo do pai ou da mãe que cozinharam juntos com a criança, incentivando que ela desenvolva habilidades e autonomia.
Além disso, a construção da autoestima no desenvolvimento de uma criança está ligada ao “conseguir fazer”. A autoestima não é um processo de fora para dentro, não é desenvolvida por meio de elogios. Ela é construída à medida que a criança consegue realizar tarefas pelo próprio esforço, ao errar e tentar de novo até atingir o resultado esperado. Assim, ela consegue constatar “eu consigo, eu sou capaz”, mesmo que inconscientemente.
Para ajudá-lo nesse processo de incentivo da autonomia de seu filho, sugerimos uma ferramenta da disciplina positiva que se chama empodere seus filhos:
Compartilhe o controle com seus filhos para que eles possam desenvolver habilidades e tenham poder sobre suas vidas
- Ensine habilidades para a vida;
- Foque em buscar soluções em conjunto;
- Tenha confiança em seus filhos;
- Desapegue (aos poucos);
- Aumente a percepção deles perguntando: “Como você se sente? O que você acha? Como isso afeta o que você quer para a sua vida?”.
Para iniciar uma mudança é preciso dar o primeiro passo. Esse é o convite que deixamos para você. Vamos dar o primeiro passo? Precisando de auxílio nessa jornada agende um horário com nossos Especialistas. Estamos aqui para te apoiar!
